Biografia 

Thatha Matarazzo vive e trabalha em São Paulo. Iniciou sua trajetória artística nos anos 1990, com pinturas a óleo sobre tela voltadas à expressão de conteúdos subjetivos que não encontravam lugar nas palavras. Desde então, desenvolve uma produção sensível e expandida, em que gesto, matéria e percepção se entrelaçam como linguagem.

Cresceu entre fazendas de café, em Minas Gerais e no interior de São Paulo. Essa vivência atravessa sua obra: o pó do café é utilizado como pigmento e textura, criando superfícies carregadas de memória e sensorialidade. A relação com o litoral norte paulista tentre o mar e a Mata Atlântica também está presente em sua poética — em obras marcadas pela fluidez da água e pelo diálogo entre forma e movimento. A água, assim como no corpo, opera como meio de transformação, condução e equilíbrio.

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Ancestralidade

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Thatha Matarazzo nasceu no Brasil, em uma família de origem italiana que marcou profundamente a história cultural e industrial do país. É tataraneta do Conde Francisco Matarazzo, figura central na industrialização brasileira do século XX, e sobrinha-neta de Ciccillo Matarazzo, mecenas visionário responsável pela criação do Museu de Arte Moderna de São Paulo e da Bienal Internacional de Arte. Hoje, o antigo hospital construído por sua família abriga a Cidade Matarazzo, um centro vivo de cultura, arte e hospitalidade.

Thatha se apropria do legado e da memória histórica com consciência e autonomia, convertendo herança em linguagem poética, gesto em presença. Sua trajetória expressa um compromisso com o tempo presente, atravessado pela percepção, pela sensibilidade e pela experiência como forma de criação artística.

Em 2014, foi convidada a participar da intervenção artística que deu origem à atual Cidade Matarazzo. Ao chegar ao antigo hospital, dirigiu-se ao jardim e tocou uma planta, buscando sentido para sua presença naquele espaço. A resposta que emergiu foi clara:

“O hospital cura o corpo. A Arte Cura a Alma.”

Esse momento simbólico ocorreu no espaço que hoje se chama Jardim das Oliveiras — nome que também evoca sua outra linhagem familiar, os Oliveira —, reforçando o sentimento de continuidade, pertencimento e reconexão entre passado, presente e futuro.

Sua ancestralidade pulsa como território criativo. Reconhece a história que a antecede como solo fértil para a criação de uma obra autoral, que cultiva vínculos entre tradição e reinvenção ao reconhecer esse legado ao produzir sua arte contemporânea, Thatha Matarazzo transforma memória em presença, e presença em experimentação artística.

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